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Escrever na internet

O que é escrita digital? Estamos inventando e realizando

Por Fernanda Pompeu em Escrever na internet

O que é escrita digital? Por quê e para quem.

Definição rápida: escrita digital é a capacidade de escrever para os humanos e para os robôs.

Uma das características desse novo mundo em rede e altamente conectado é a criação e redefinição de palavras e conceitos. Então peço licença para contar o que é escrita digital.

Escrita digital é a produção textual que considera as particularidades da internet.

O que isso quer dizer? Quer dizer que o redator ao pôr o ponto final no seu texto, terminou uma fase crucial de seu trabalho. Mas ainda não o concluiu.

No passado – bem recente – redatores escreviam, editores editavam, gráficos rodavam o texto.

No começo da escrita para web, as pessoas imaginavam que bastava escrever no word (ou em outro programa) e depois colar o texto, tal e qual, no blog. Imaginávamos que a internet seria o reino do PDF. Imaginávamos que bastaria digitalizar o impresso.

Só que não.

Pois o leitor que – ao fim e ao cabo – é o destinatário final da mensagem, se comporta de maneira diferente frente ao texto impresso e ao conteúdo digital.

No mundo impresso, o leitor tem uma tradição de mais de 500 anos. Quase não é necessário ensinar alguém a folhear um volume. Diria que está no DNA da sociedade letrada. Ele também sabe, em segundos, se um livro é curto ou longo. E antes da segunda página, o leitor saberá se a leitura será fácil ou difícil. Chata ou prazerosa.

Mas a escrita digital não tem nem 30 anos!

Atrás da resposta para o que é escrita digital, não há tradição. Tem só invenção. Isso ao contrário de nos deixar inseguros como redatores, nos estimula a experimentar novas maneiras de publicar um texto. E brigar por um pouco de atenção.

Atenção é a moeda de ouro do mundo digital.
Sua imagem concorre com 1 milhão de outras.

Por exemplo, por menor que seja a postagem, vale a pena acompanhá-la com uma imagem. Não precisa ser uma Nair Benedicto, nem um Fernando Carvall. Pode ser uma foto que você tirou com o seu celular.

Por que isso? Porque imagens fascinam nosso olhar. Atraem o leitor como o açúcar atrai a abelha. Então uma foto, ou um desenho, ajudam o leitor digital a prestar atenção no nosso post.

No entanto não é apenas isso.

Então o que é escrita digital?

A escrita digital é para o leitor e para o robô.
O robô é o algoritmo das plataformas em que postamos.
Há robôs do google, do facebook, do linkedln, do twitter e rede que segue.

Cada plataforma tem suas regras para expor ora mais, ora menos nossos conteúdos. Então o escritor digital terá que conhecer essas regras e usá-las a seu favor. Não é um caminho fácil, mas é plenamente possível.

Em textos futuros, aqui no Acelera Texto, vamos falar muitas vezes sobre Escrita Digital e o que podemos fazer para que os robôs nos enxerguem.
Quais as regrinhas do SEO (para pontuarmos no Google).
Quais as particularidades da Redes Sociais etc.
Mas também vamos falar muito acerca da escrita tradicional. Sobre o que devemos continuar fazendo, à moda antiga, para que os leitores digitais gostem das nossas histórias.

O que há em comum entre a escrita tradicional e a escrita digital?

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16 respostas para “O que é escrita digital? Estamos inventando e realizando”

  1. Ana disse:

    Bom demais. Vamos acompanhar.

  2. izaias almada disse:

    Olá Fernanda,
    embora eu continue aferrado ao texto literário tradicional, tenho – por necessidade, imposição ou para acompanhar filhos e neto – que me “modernizar”. Leio blogues e otras cositas na internet, mas ainda não é a minha praia. Não comprei e penso que nem comprarei esses laptops de leitura (não sei como se chamam), pois ainda gosto de folhear um bom livro e sentir o cheirinho do papel impresso nas livrarias. Fico contente quando entro numa livraria e ela está cheia de compradores. Vejo muito isso na Cultura do Conjunto Nacional, onde por vezes tomo um cafezinho.
    Continue enviando o Acelera Texto, que sempre terei o prazer de ler. Bjs.

    • Fernanda Pompeu disse:

      Isaias querido, fico feliz e orgulhosa por você se interessar pelo Acelera Texto. Entendo muitíssimo você (viemos do mesmo mundo). Do amor aos livros, ao cheiro da tinta, à textura da página. Acho que tudo isso segue valendo. Mas minha principal preocupação (e ambição) é conquistar leitores. E, gostemos ou não, a maioria está no ambiente digital. Eles leem no computador, no tablet, no smartphone. Como cantou tão bem o Milton: “Todo artista tem de ir aonde o povo está”. Beijo e obrigada.

  3. marlene rodrigues disse:

    olá, fernanda! este texto eu publiquei hoje no Facebook para avaliar o impacto. aprendendo com vc ao longo do caminho.

    I am listening to Sofia Gubaidulina’s “The Deceitful Face of Hope and Despair” because despite the fact that hope and despair translate nicely the mood of our times, their faces are deceitful – both neutralize reason.
    The day after tomorrow Austria will vote and many people are despairing over the possible (and fateful) election results. The winner will be the one who paid highly trained people to do a perfect media campaign based on hope, that is, the hope that one man will have all the answers and more than that, he will answer for you.
    We are immersed in an ocean of emotions, unable to think clearly anymore. Will this pass before the damages are too great to be repaired? Are we willing to stop being guided by Likes, Emojis and orchestrated videoclip falsehoods?”
    abracos
    marlene

    • Fernanda Pompeu disse:

      Marlene, querida, valeu! Na minha modesta opinião, eu colocaria a tradução. Muita gente não lê em inglês, eu entre elas. Beijo grande.

  4. marlene rodrigues disse:

    Tem razao. Alguem publicou uma traducao do Google, péssima.
    Mandei uma melhor mas acho que nao foi publicada. Dilema de ter contatos em vários idiomas.
    Talvez esta seja a diferenca entre publicar algo diretamente no Facebook ou num blog: a resposta no Face é imediata, num blog vc tem que publicar o link e esperar que alguem abra o link, leia (ou nao), etc…. – da proxima vez vou fazer através de um blog e ver qual o impacto.
    obrigada pelo feedback. Ou, traduzindo, pelo retorno. Beijos

    • Fernanda Pompeu disse:

      É fato. No Face a inteiração é imediata. No blog, o tempo é outro. Usando uma imagem: o blog está para um livro, o Face para um jornal. Por exemplo, nosso diálogo ficará sempre disponível embaixo desta postagem. Poderá ser lido daqui a dois anos. Já o Face é imediato. É como se ele fosse um ser “sem memória”. Tudo dura, no máximo, 1 dia. (Isso sendo bem otimista). Mas também não basta ter um blog, é preciso compartilhar as postagens, divulgar o próprio blog. Também atentar que os leitores não estão todos no Face. Eles podem procurar pelo Google. O que é a grande glória – quando pessoas fora na “nossa rede” tomam contanto com o nosso trabalho. Beijo, Marlene querida.

  5. Alderon disse:

    Oi Fernandinha. Muito boa essa iniciativa do “Acelera Texto”. Quero acompanhar essas conversas. Estou longe de compreender essa linguagem virtual, melhor, “escrita virtual”. Como posso me comunicar com mais facilidade? Como cativar a/o outra/o para o que quero dizer? Estes dias recebi um relatório da OXFAM Brasil sobre a desigualdade e gostei muito. Na diagramação destacam parte do texto, criando um grande “olho” ou uma moldura com a escrita. Acho que é isto! Parabéns.

    • Fernanda Pompeu disse:

      Alderon, amigo querido, acho que todos nós estamos na fase de aprendizagem do que é a “escrita digital”, ou “virtual” como você chama. Minha aposta é que ela junta duas coisas. A primeira, tradicional, é a escrita em si – a comunicação pelas palavras. Seguimos observando e admirando os bons textos de que época forem. Mas agora entra algo novo: pôr essa escrita nas plataformas digitais. Não é simplesmente fazer um PDF. Vai bem além disso.É escrever considerando os hiperlinks. Considerando os comentários. Considerando que os leitores nos corrigem etc. Outra novidade impactante é divulgação do texto. Ele se libertou da página impressa e voa livre, leve e solto. Somado a isso surgem as possibilidades da diagramação. Um diálogo mais vivo entre palavras e grafismos. É fascinante. Beijo grande.

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