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#49 Jogue fora a sobra do texto
Quinta do Podcast – 9 minutos
Escreva com atenção. Corte adjetivos em excesso. Substitua palavras repetidas quando próximas.
Faça seu texto descer redondo pela mente do leitor. Capriche.
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Corte, corte sempre.
Faça a “carpintaria” do texto; tire os excessos, siga a veia do assunto quando der acabamento, lixe, suavize os contornos,
acaricie, repare o tom, faça os encaixes, use bem as vírgulas e os pontos finais.
Acelere!
Excelente, Acas. Veja que você é um escritor-carpinteiro. Dos bons!
Muito bom, Fernanda. Impossível não lembrar do querido velho Graça e suas lavadeiras de Alagoas.
“Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”
Graciliano Ramos, em entrevista concedida em 1948
Isso mesmo. Bela passagem do Graça. Beijo, Anaelena.